sexta-feira, 15 de novembro de 2019

A arte de celebrar



Eu sempre acreditei que tudo na vida tivesse um propósito maior do que as coisas em si.
Como seres espirituais que somos, o que quer que fosse que nos propuséssemos a fazer nesse plano terreno seria um meio de nos transformar em seres melhores.

Do ponto de partida ao “ponto de chegada”: o crescimento e a transformação.
Se tem algo que a escolha pelo concurso veio me ensinar enquanto ser humano é saber compreender o tempo da vida, a colocar persistência na rotina. Treinar a esperança.
Mas sabem o que talvez seja o mais difícil nessa trajetória? É perceber a grandeza das pequenas vitórias. É perceber as conquistas e aprendizados no meio do caminho.
Nós queremos logo o topo. Se o resultado não for o nome na lista, o sentimento de fracasso toma conta de nós. E assim, muitas vezes, não percebemos o quanto já avançamos do ponto A ao ponto B.

Aprenda a celebrar, disse o coach.

Entre os diversos sentidos de celebrar, do latim celebrare, dois me chamaram a atenção: trazer à memória e festejar o mérito.
Trazer à memória no sentido de olhar pra trás. Você pode não ter chegado lá ainda, mas a celebração te convida a vibrar por cada passo que já deu até aqui.
E festejar o mérito, no sentido de que você está exatamente onde se coloca. Parece duro dizer isso. Mas veja quanto empoderamento essa percepção te traz.
Acho que isso resume bem a filosofia de Daisaki Ikeda: “com amor e persistência tudo é possível”. Amor com você mesmo, para compreender e aceitar o seu tempo, e persistência para seguir adiante, na certeza de que, lá do outro lado, o encontro será com você mesmo mesmo, na sua melhor versão, e essa será sua grande vitória. Afinal, "evolução não é chegar mais alto, mas sim chegar mais perto, mais perto de si mesmo", do seu propósito e da sua essência.

Paola Tuzani. Professora, concurseira e apaixonada pela vida

quinta-feira, 7 de novembro de 2019


CONCURSEIRO HOLÍSTICO

Dizem que o preço de qualquer coisa é a quantidade de vida que você troca por ela.



Eu sempre vivenciei o conflito entre uma vida hedonista e até que ponto a prática da austeridade era necessária. Eu sempre tive mil planos para depois da tão sonhada posse, afinal, quem não os tem? São eles que, pendurados na nossa parede ou anotados em nosso caderno, nos dão a motivação para continuar após um dia ruim e até para insistir na estatística inferencial. (tem que ter muita vontade de conhecer as Maldivas, pra lidar com covariância, eu digo).
Só que eu também queria viver o agora. Afinal, quem não quer? “Mas eu não sou todo mundo, já dizia minha mãe”.

Cheguei a um acordo comigo mesma. Eu fico em cima do muro, simples assim. (A teoria comportamental chama de equilíbrio. Buda chamou de o caminho do meio.)

Eu evoluo sorrindo.       

Eu danço na chuva.       

Se sábado à noite não vai ser de balada, Zanella de Pietro será minha mais doce companhia.  

O processo precisa ser prazeroso. Você precisa curtir o processo e alegrar-se enquanto carrega os tijolos do seu castelo. E então você poderá permitir-se viver plenamente o agora, enquanto trabalha arduamente o futuro. Tal qual a natureza (que vai ser sempre a lei maior, acredite você ou não). Começa semente até se tornar árvore, mas nesse meio tempo, em cada estação, é sombra, fruto e flor. A evolução é cíclica e em espiral.

Um dos meus autores preferidos, Hal Elrod, diz algo que eu carrego como um mantra: “A pessoa que você está se tornando é muito mais importante do que o que você está fazendo, mas é o que você está fazendo que determina a pessoa em que você está se tornando”.

Eu queria ter falado de holística, perdi-me no caminho. Perdoem-me o lapso.

Paola Tuzani. Concurseira, professora e apaixonada pela vida.