quinta-feira, 7 de novembro de 2019


CONCURSEIRO HOLÍSTICO

Dizem que o preço de qualquer coisa é a quantidade de vida que você troca por ela.



Eu sempre vivenciei o conflito entre uma vida hedonista e até que ponto a prática da austeridade era necessária. Eu sempre tive mil planos para depois da tão sonhada posse, afinal, quem não os tem? São eles que, pendurados na nossa parede ou anotados em nosso caderno, nos dão a motivação para continuar após um dia ruim e até para insistir na estatística inferencial. (tem que ter muita vontade de conhecer as Maldivas, pra lidar com covariância, eu digo).
Só que eu também queria viver o agora. Afinal, quem não quer? “Mas eu não sou todo mundo, já dizia minha mãe”.

Cheguei a um acordo comigo mesma. Eu fico em cima do muro, simples assim. (A teoria comportamental chama de equilíbrio. Buda chamou de o caminho do meio.)

Eu evoluo sorrindo.       

Eu danço na chuva.       

Se sábado à noite não vai ser de balada, Zanella de Pietro será minha mais doce companhia.  

O processo precisa ser prazeroso. Você precisa curtir o processo e alegrar-se enquanto carrega os tijolos do seu castelo. E então você poderá permitir-se viver plenamente o agora, enquanto trabalha arduamente o futuro. Tal qual a natureza (que vai ser sempre a lei maior, acredite você ou não). Começa semente até se tornar árvore, mas nesse meio tempo, em cada estação, é sombra, fruto e flor. A evolução é cíclica e em espiral.

Um dos meus autores preferidos, Hal Elrod, diz algo que eu carrego como um mantra: “A pessoa que você está se tornando é muito mais importante do que o que você está fazendo, mas é o que você está fazendo que determina a pessoa em que você está se tornando”.

Eu queria ter falado de holística, perdi-me no caminho. Perdoem-me o lapso.

Paola Tuzani. Concurseira, professora e apaixonada pela vida.

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